17 de janeiro de 2013

Vida social digital: um grande paradoxo

Puxa, faz tanto tempo que não apareço por aqui... mais de seis meses!
Parece que estou visitando uma casa antiga, na qual já não mais resido.

Há poucos anos, os blogs surgiram como a grande febre, a novidade que substituiria colunas, sites e até jornais, aquilo que poderia fazer de qualquer pessoa um escritor de sucesso em semanas, e todos teriam seus 15 minutos de fama. Mas a conectividade é tão infinitamente ágil nos nossos dias, que essa onda passou e já temos outra que, de certa forma, está absorvendo os blogs: Facebook.

Nessa rede podemos não só escrever posts, tal qual nos blogs, mas também compartilhar instantaneamente, ler boas publicações, receber notas, avisos e mensagens, curtir, visitar os familiares, encontrar antigos amigos (não velhos...), trabalhar, estudar, viajar, mostrar as fotos da viagem... Ufa! É tanta coisa que nunca usaremos tudo! No blog, podemos escrever muito e bem, mas se o próprio autor não compartilhar no Face, o post provavelmente passará despercebido. Faça um teste se quiser.

Mas é preciso tomar cuidado com dados pessoais publicados. Revise periodicamente o módulo Sobre e confira se cada informação está marcada como Pública ou Exclusiva para amigos e familiares. Isso não apenas por questão de segurança, mas sim de imagem pessoal: muito cuidado com o que você curte, segue ou compartilha. Textos mal escritos, fontes duvidosas, informações falsas, boatos, propagandas. A quantidade de lixo na "nuvem" é diretamente proporcional à infinita criatividade humana.

Se você tiver de escolher entre dois candidatos para contratar, qual escolheria? Um que, mesmo apresentando bom currículo, aparece na sua página em baladas, bebendo e fumando, ou escreve coisas sem conteúdo? Ou outro cujo histórico pode não ser tão bom, mas pelo seu perfil pode-se ver que é organizado, tranquilo, bem família, que curte e compartilha coisas inteligentes? Você vai sair com a gatinha ou gatinho, resolve visitar seu perfil e vê que ele/ela curte Michel Teló. Vai encarar mesmo assim? Não há nenhum problema em curtir a música de vez em quando, dançar, brincar, divertir-se, mas precisa ir até lá curtir a página dele?

Enfim... mesmo com todos os prós e contras - como tudo na vida -, aproveite intensamente essa vida social digital, que aliás é um grande paradoxo: antes, tínhamos poucos amigos, mas os víamos com frequência e intensidade. Hoje, temos milhares, nos relacionamos a cada segundo, mas sem nenhum contato físico. 

Serão essas as relações humanas do futuro?
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