26 de março de 2011
Para onde você está indo? Onde quer chegar?
14 de março de 2011
Homenagem à minha Mahá Shaktí: como tudo começou, há exatos 11 anos...
A 12 anos atrás, conheci uma pessoa muito especial, minha amada Lucila. Ela era tão carinhosa, amável, doce, que todos a admiravam incontestavelmente. Até hoje, é simplesmente uma unanimidade: como costumamos dizer (e pra quem lembra da propaganda...), ela é "Disapel, a mais simpática!"
Só que no primeiro ano de convívio, nada de mais aconteceu, apenas cumprimentos, uma grande admiração mútua, mas sempre a uma certa distância, pois ambos estávamos razoavelmente comprometidos. Lembro-me porém de alguns detalhes interessantes desse convívio, como o incrível fato de ela conhecer o jeito que eu abria a porta da escola onde praticava, e mesmo por detrás da porta, ela dizia "boa noite, Rodrigo", sabendo que era eu!
Certa vez, no início do ano de 1999, em uma prática conduzida pelo nosso grande professor e amigo, Joris Marengo, estava eu sentado perto de uma enorme fogueira, na escola do Prof. Pedroca de Castro, na Lagoa, com os olhos fechados, profundamente concentrado a meditar, quando senti um toque nos lábios. Um beijo doce porém decidido, suave mas ao mesmo tempo forte. Aquilo parecia não ser real, mas para não quebrar a mágica do meu momento interno único de ánanda, eu simplesmente não abri os olhos para conferir! Dá para acreditar nisso! Você não os teria aberto na hora? Pois eu não o fiz... preferi ficar com a sensação do prazer e ao mesmo tempo da curiosidade eterna, pois assim aquela lembrança duraria para sempre...
Assim passou-se todo aquele ano, com muitos cursos e práticas intensas, muito aprendizado e muitos amigos novos – a maioria deles com os quais mantenho contato até hoje. Durante aquele tempo, fiz minha formação profissional como Instrutor de SwáSthya e, estudando com afinco e muita, mas muita disciplina, logo me destaquei com um bom aluno.
Cerca de um ano depois, em março de 2000, a tão adorada Profª. Lucila já havia saído da escola do Prof. Joris, onde trabalhava há anos, para abrir sua própria escola no bairro Kobrasol, e o professor que a substituía há alguns meses estava se mudando para São Paulo, a fim de secretaria o Educador DeRose na árdua tarefa de conduzir sua grande obra. Meu amigo Joris precisava de alguém para substituir as turmas das 7:00 e 8:00 da manhã. Convidou-me e eu aceitei sem pestanejar. Mesmo em um horário difícil, era minha grande chance de adquirir experiência como instrutor! E foi uma oportunidade única, pela qual serei eternamente grato ao meu amigo Jojó. Eu passava certo trabalho, dormia no chão da escola nas noites anteriores às minhas classes, trabalhava muito mesmo, mas como autêntico gurusêvin, estava muito feliz em poder ajudar e aprender!
Na mesma semana em que comecei a ministrar essas práticas, organizamos um evento de divulgação do nosso Método no então único shopping da cidade, com apresentação de coreografias, distribuição de livros e panfletos, palestras etc. Montada a escala de instrutores que ficariam durante a semana no stand, coincidiu que, em um intervalo, Lucila convidou-me para tomar um café e comer um pão de queijo. Ah, aquele pão de queijo... Durante a conversa, papo vai, papo vem, não lembro como surgiu o assunto daquela prática em volta da fogueira, um ano antes... e, também não sei como, eu desconfiava que havia sido ela, por pura intuição... com a maior cara de pau, resolvi perguntar. Não deu outra... era ela!!
Naquela noite, saímos juntos do evento e, a partir dali, nas semanas seguintes, tivemos a oportunidade de nos conhecer intensamente, de aumentar ainda mais a admiração e o respeito mútuo. Desenvolveu-se uma profunda amizade, que, na minha opinião, é o prefácio necessário para a descoberta de um grande amor.
O ano de 2000 foi maravilhoso, vivemos um sonho! Muitas práticas, estudo, romance, mas também muitas histórias engraçadas e outras nem tanto... Morávamos próximos à natureza, curtíamos tudo e todos!! Ao final do ano, ambos já estavam com uma coceirinha para fazer um convite que viria a mudar toda a nossa vida, e de muitas outras pessoas mais: vamos abrir uma escola juntos? Assim surgiu uma nova escola no Kobrasol, muito maior, que nos proporcionou crescer de forma mais acelerada, pessoal e profissionalmente.
No início, foi tudo bem difícil, moramos 3 anos em um quartinho 3x3 na própria escola (com a filha dela, Ema, então com 14 anos, morando em outro quartinho improvisado), trabalhávamos sozinhos 18 horas por dia, mas o amor e um sonho em comum nos tornavam indestrutíveis. Daí em diante, nossos caminhos se uniram em definitivo, hoje temos uma escola linda, que completou 10 anos em janeiro, com 5 livros publicados, quase 50 instrutores formados, alguns grandes discípulos que nos orgulham pelo mundo afora, muitas viagens juntos e muitos, mas muitos amigos!
Construímos uma sólida história, baseada na amizade, na tolerância, no aprendizado mútuo, na busca pelo respeito às diferenças, na companhia em todos os momentos, bons ou maus, e, como diz nosso amigo Jojó, na "evolução através do outro".
Assim surgiu a Lu e o Rô, que muitas vezes, como as figuras míticas hindus Ardhanarêshwara e Ardhanarêshwarí, formam dois em um, um em dois.
E é assim que, no dia 18 de março de 2011, completo 11 anos de ensino e 11 anos desse delicioso e eterno namoro.
Lucila, te amo!!
Lu e Rô em Portofino, Itália - 2010
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2 de março de 2011
Todo ponto de vista é a vista de um ponto
1 de março de 2011
Para que serve a meditação?
Que tenho eu meditado sobre Deus e a alma
e sobre a criação do Mundo?
Não sei.
Para mim, pensar nisso é fechar os olhos
e não pensar.”