27 de janeiro de 2011

As origens dravídicas do Yôga, Sámkhya e Tantra

Certa vez um famoso bailarino improvisou alguns movimentos instintivos, porém, extremamente sofisticados graças ao seu virtuosismo e, por isso mesmo, lindíssimos. Essa linguagem corporal não era propriamente um ballet, mas, inegavelmente, havia sido inspirada na dança.

A arrebatadora beleza da técnica emocionava a quantos assistiam à sua expressividade e as pessoas pediam que o bailarino lhes ensinasse sua arte. Ele assim o fez. No início, o método não tinha nome. Era algo espontâneo, que vinha de dentro, e só encontrava eco no coração daqueles que também haviam nascido com o galardão de uma sensibilidade mais apurada.

Os anos foram-se passando e o grande bailarino conseguiu transmitir boa parte do seu conhecimento. Até que um dia, muito tempo depois, o Mestre passou para os planos invisíveis. Sua arte, no entanto, não morreu. Os discípulos mais leais preservaram-na intacta e assumiram a missão de retransmiti-la. Os pupilos dessa nova geração compreenderam a importância de tornar-se também instrutores e de não modificar, não alterar nada do ensinamento genial do primeiro Mentor.

Em algum momento na História essa arte ganhou o nome de integridade, integração, união: em sânscrito, Yôga! Seu fundador ingressou na mitologia com o nome de Shiva e com o título de Natarája, Rei dos Bailarinos.

Esses fatos ocorreram há mais de 5000 anos a Noroeste da Índia, no Vale do Indo, que era habitado pelo povo drávida. Portanto, vamos estudar as origens do Yôga nessa época e localizar sua proposta original para podermos identificar um ensinamento autêntico e distingui-lo de outros que estejam comprometidos pelo consumismo ou pela interferência de modalidades alienígenas e incompatíveis.

Tanto o Yôga, quanto o Tantra e o Sámkhya foram desenvolvidos por esse povo admirável. Sua civilização, uma das mais avançadas da antiguidade, ficou perdida e soterrada durante milhares de anos, até que os arqueólogos do final do século xix encontraram evidências da sua existência e escavaram dois importantes sítios arqueológicos onde descobriram respectivamente as cidades de Harappá e Mohenjo-Daro. Depois, foram surgindo outros e outros. Hoje já são milhares de sítios, distribuídos por uma área maior que o Egito e a Mesopotâmia.

Ficaram impressionados com o que encontraram. Cidades com urbanismo planejado. Ao invés de ruelas tortuosas, largas avenidas de até 14 metros de largura, cortando a cidade no sentido Norte-Sul e Leste-Oeste. Entre elas, ruas de pedestres, nas quais não passavam carros de boi. Nessas, as casas da classe média tinham dois andares, átrio interno, instalações sanitárias dentro de casa, água corrente! Não se esqueça de que estamos falando de uma civilização que floresceu 3.000 anos antes de Cristo.

Não era só isso. Iluminação nas ruas e esgotos cobertos, brinquedos de crianças em que os carros tinham rodas que giravam, a cabeça dos bois articulada, bonecas com cabelos implantados, imponentes celeiros que possuíam um engenhoso sistema de ventilação, e plataformas elevadas para facilitar a carga e descarga das carroças.

Noutras culturas do mesmo período, as construções dos soberanos apresentavam opulentos palácios e majestosos túmulos reais, enquanto o povo subsistia em choupanas insalubres. Na cultura dravídica, ao contrário, o povo vivia bem e a arquitetura da administração pública era despojada.

Outra curiosidade foi expressada por Gaston Courtillier em seu livro Antigas Civilizações (Editions Ferni, página 24), quando declarou: "Ficamos verdadeiramente admirados de, nesses tempos profundamente religiosos, não encontrarmos templos ou vestígios da estatuária que os povoaria, como foi regra noutros lugares durante toda a antiguidade, nem sequer estatuetas de adoradores em atitude de oração diante de sua divindade". Para nós isso faz sentido, afinal, sabemos que na Índia Antiga o Sámkhya teve seu momento de esplendor. E na Índia pré-clássica, a variedade Niríshwarasámkhya, foi ainda mais fortemente naturalista que o Sámkhya Clássico.

Sua sociedade foi identificada como matriarcal, o que também está coerente com as nossas fontes, segundo as quais o Yôga surgiu numa cultura tântrica.

Bem, foi nessa civilização que o Yôga surgiu. Uma civilização tântrica (matriarcal) e sámkhya (naturalista).
Cerca de mil e quinhentos anos depois, a Civilização do Vale do Indo foi invadida por um povo sub-bárbaro proveniente da Europa Central, os áryas ou arianos. Consta, na História atual, que estes subjugaram os drávidas, destruíram sua civilização, absorveram parte da sua cultura, exterminaram quase todos os vencidos e escravizaram os poucos sobreviventes. Outros fugiram, migrando para o extremo sul da Índia e Srí Lanka, onde vivem seus descendentes até hoje, constituindo a etnia Tamil." (Existem outras versões para a ocupação ariana, e qualquer uma delas pode perfeitamente ser mais fiel à verdade, porém está é a mais universalmente aceita pelos arqueólogos e historiadores).

(Trecho extraído do livro Tratado de Yôga
DeRose, Ed. Nobel)


26 de janeiro de 2011

Jamais aceite um não como resposta

Você já enfrentou alguma situação em que precisa insistir em algo com alguém, e essa pessoa, cheia de si, diz que aquilo não é possível? Provavelmente tantas... talvez mesmo todos os dias...

Por exemplo, você vai à Prefeitura fazer uma solicitação, e o funcionário simplesmente diz, sem pestanejar, que o que você quer não dá. Você negocia com um fornecedor e ele diz que não consegue mais desconto ou prazo. Argumenta com seu parceiro conjugal sobre o programa do fim de semana e ele/ela contra-argumenta com certa impaciência que aquele filme é chato...

Esses comportamentos são automáticos e inconscientes, resultado de anos de treinamento para não ser importunado ou incomodar-se o mínimo possível. Essa é a lógica do funcionamento humano e esses condicionamentos a tradição Sámkhya chama vásanás e samskáras, conforme o grau de profundidade com que estão arraigados no subconsciente. É a tal "resistência à mudança" de que tanto ouvimos falar hoje em dia no mundo corporativo.

Em todos esses comportamentos, se você estiver atento, notará um fator em comum, a deixa de que você necessita para virar o jogo: embora a pessoa lhe contrarie quase que de imediato, automaticamente, seguindo seu condicionamento recorrente, não demonstra muita segurança sobre o que está falando, ou, se demonstrar, fica mais evidente a impaciência, a falta de vontade de descobrir se aquilo realmente é possível ou vale a pena, do que a certeza do seu conteúdo.

Para essas situações, costumo lançar mão de uma máxima de vida que desenvolvi desde a minha adolescência, e tem se mostrado extremamente eficaz no alcance de resultados: "está com a razão aquele que titubeia menos na argumentação. Que parece ter mais certeza do que está falando. Não precisa tê-la, basta estar seguro de que a tem."

Você, leitor, perguntará "como assim?"

Assim mesmo, simples, na cara de pau, quando o funcionário da Prefeitura diz que não dá com determinado grau de certeza, você diz "dá sim" demonstrando mais firmeza e segurança que ele. É um fenômeno psíquico, não sei explicar, só sei que funciona. Imediatamente seu interlocutor vai titubear e pensar "nossa, ele está falando com tanta propriedade, parece entender tanto do assunto... deve estar certo mesmo..."

Às vezes isso não funciona logo na primeira argumentação, você precisa desenvolver mais sua teoria de "por que aquilo é possível ou desejável". Aí entra uma boa dose de treinamento, lógica, habilidade de blefar e, claro, sempre muita polidez, educação e simpatia – mas, acima de tudo, absoluta segurança.

"Dá sim porque um amigo meu veio aqui na semana passada e conseguiu" ou talvez "esse filme é ótimo, vi uma crítica excelente do Rubens Ewald Filho na TV!", ou ainda "mas da última vez que comprei aqui o outro vendedor meu deu esse mesmo desconto, não é justo agora eu pagar mais..."

Jamais aceite um não como resposta. Vá adiante, insista, descubra os meios, desvende os segredos, abra os caminhos e não desista nunca!

Perdi a conta de quantas coisas importantes eu consegui na vida por não ter aceitado um simples "não" ou "não dá" como resposta, por ter deixado claro que eu não ia desistir, e, em especial, por ter demonstrado a firmeza das minhas afirmações – ainda que muitas vezes lá no meu íntimo elas nem eram assim tão firmes...

Às vezes são "sucessinhos" simples, mas que vão lhe facilitar ou agilizar o cotidiano; outras resultam em vitórias fundamentais para sua realização, e farão toda a diferença mais tarde em sua existência, determinando seu sucesso ou fracasso.

Pode ser uma espécie de blefe sim, mas que mal tem. Desde que você esteja sendo honesto em suas convicções, e saiba que não está interferindo negativamente no karma de ninguém, não há mal nisso. Claro, vale sempre uma boa e rápida avaliação nos yamas e niyamas para ter certeza de que você não está subvertendo a ordem natural das cousas.

Mas de modo geral funciona muito bem! Experimente, treine com seus amigos e você se surpreenderá com o resultado. Demonstrar essa segurança faz de um seguidor um líder, de um comandado um comandante, de um acomodado um verdadeiro empreendedor...

É só uma mudança de hábito e, acredite, fará toda a diferença no seu destino!!

Um forte abraço.

23 de janeiro de 2011

Felicidade real x miséria existencial

O mundo está cada vez mais globalizado, as mudanças são rápidas, as crianças aprendem cada vez mais cedo a serem adultas. Mas esse processo inexorável de aceleração evolutiva tecnológica que temos acompanhado especialmente nos últimos 50 anos não tem necessariamente trazido felicidade para o Homem.
A informática facilita nosso dia-a-dia, torna-a confortável. Já descobrimos a cura para quase todas as doenças e talvez daqui a poucos anos conquistaremos uma vida quase eterna. Mas apesar de tudo isso o Ser Humano está cada vez mais infeliz.
É como se a ampliação do conhecimento, a descoberta do universo, a evolução da ciência, medicina, filosofia, nos trouxesse ao mesmo tempo um imenso vazio interior, um vácuo existencial – temos tudo o que queremos mas nos falta algo, inexplicável, inatingível.
Nesse contexto, as drogas surgem como uma válvula de escape rápida e eficaz, uma busca fugaz do prazer instantâneo, mas que a longo prazo aumentam ainda mais o abismo interno do ser, a falta de sentido para a existência.
E quantas pessoas conhecemos que sofrem de depressão, são tristes, infelizes, apesar de terem dinheiro, sucesso, fama. Não conseguimos compreender isso! Tudo o que alguns querem é ser famosos, e muitos dos que o são estão infelizes, amargurados...
A filosofia Sámkhya, uma antiga tradição Hindu de milhares de anos, nos ensina sobre o conceito da Tríplice Miséria Existencial. Segundo essa teoria, estamos sempre insatisfeitos com tudo e todos, em três níveis distintos:
  • Com nós mesmos: sempre estamos descontentes com nosso corpo, por exemplo. Ou somos muito gordos, ou muito magros, altos ou baixos. Não gostamos do cabelo, da roupa, da barriga...
  • Com os demais seres: mosquitos no meio da noite, moscas nos atazanando uma refeição, cachorros que latem, o motorista lento do carro da frente, o inepto caixa do banco...
  • Com a natureza em geral: ou está muito frio, ou muito calor. Chove ou faz sol demais... o tempo que não passa... ou que voa...
Além disso, cada vez que conquistamos alguma coisa, aquela necessidade suprida dá lugar a outra, maior e mais complexa, mais difícil de ser atingida. E assim nossa existência passa, escoa pelos dedos, e quando percebemos já se foram 30 anos, 40, 50...
E a crise dos 40 anos? Simples. Corremos feito doidos desde os 15 anos de idade para conquistarmos nossa independência e sobreviver nesse mundo cruel. Estudamos, trabalhamos, e os dias se repetem, praticamente idênticos, um após o outro. Então, quando nos damos conta, alcançamos aquilo que até então julgávamos o mais importante de tudo. Eis que nos acomete um vazio, uma ausência de sentido e razão de ser. O que buscar agora? Nessa fase, muitas pessoas mudam radicalmente de vida, começam tudo de novo, correndo atrás de sonhos abandonados. Outras, sem a mesma força de vontade ou estrutura psíquica, entregam-se à depressão, à televisão, álcool e remédios para dormir.
Mas o que será isso? Terá a Humanidade alguma saída para esse labirinto social e pessoal que nos envolve desde a infância? Podemos nós alcançar a verdadeira felicidade e o sucesso real, que satisfaçam nossa essência, que preenchem nosso interior e não dependem de mais nada nem ninguém a não de nossa própria sensação pessoal de plenitude?
O que você acha? Qual a saída?

19 de janeiro de 2011

Mãos à obra

Os livros não mudam o mundo,
quem muda o mundo são as pessoas.
Os livros só mudam as pessoas.
(Mario Quintana)


Um guia prático para publicação de livros

A partir da metade do século XX, um importante educador chamado DeRose trouxe à luz uma nova forma de pensar, agir, comportar-se e relacionar-se. Essa cultura nos estimula a interferir ativamente na sociedade em que vivemos. A máxima mude o mundo, comece por você resume o comportamento de quem adota esse sistema como estilo de vida. E escrever livros é uma maneira grandiosa de influenciar a humanidade.
Nesta era moderna, globalizada e internetizada em que vivemos, muitos de nós já temos nossos próprios blogs. Porém, quantas pessoas você conhece que já publicaram algum livro? Além disso, hoje, para progredir na carreira acadêmica ou em qualquer profissão, é preciso escrever e publicar suas ideias, suas pesquisas, suas descobertas, suas contribuições culturais à humanidade. Publish or perish! Esta é a grande equação do século XXI.
Terceiro livro do Professor Rodrigo De Bona, o Guia Prático para Publicação de Livros orienta o leitor no caminho rumo à edição de suas obras. Para tanto, detalha todas as etapas de criação, desenvolvimento, produção, revisões, supervisão e finalização, adotadas há décadas pelos profissionais que ensinam o Método DeRose, instituição que já publicou mais de 50 títulos no período 2000-2010.

Etapas da produção literária
A criação de um livro é tarefa complexa, porém viável a qualquer pessoa disciplinada, cuidadosa e estudiosa, que queira dedicar-se algumas horas por semana a um projeto grandioso, permitindo-se estabelecer metas de vida mais ousadas. As principais etapas do desenvolvimento de uma obra literária são:
1.      Seleção do tema, pesquisa, desenvolvimento e criação do texto;
2.      Diagramação do texto;
3.      Seleção de fotos, figuras e tabelas;
4.      Diagramação do livro;
5.      Revisões de português básicas;
6.      Revisões técnicas ou conceituais;
7.      Revisões de português avançadas;
8.      Revisões finais e supervisão;
9.      Criação, produção, revisão e aprovação da capa;
10.  Registro na Biblioteca Nacional;
11.  Seleção da gráfica e orçamentação;
12.  Finalização dos Arquivos e impressão;
13.  Distribuição e comercialização;
14.  Planejamento e viabilidade financeira;
As fases expostas no livro aplicam-se também, em sua maioria, a todos os estudantes que necessitam elaborar suas teses acadêmicas, monografias e trabalhos de conclusão, em cursos de graduação, pós-graduação, mestrado ou similares.
Este não é, portanto, um guia sobre como escrever, mas sim sobre como publicar o que se escreve. Espero sinceramente que, a partir desta leitura, você fique muito motivado a exercitar a escrita e publique várias obras importantes.

O que é um livro
O termo livro provém do latim liber, libris, no sentido de o objeto sobre o qual se escreve, originário do tempo em que a escrita se dava no papiro, uma espécie de casca liberada, livrada (libere, livre) do restante da planta. O mesmo vocábulo liber deu origem ao termo em português livre, que designa o que tem a faculdade de agir ou não agir, o que não está sujeito ao domínio de outrem, que não tem limites; imenso, infinito, independente.
Por definição, o livro é uma publicação unitária, não-periódica, em volume transportável, composto por, no mínimo, 49 páginas (excluídas as capas) de texto e imagens, impresso e encadernado geralmente na forma de brochura (costurado em cadernos a fio têxtil ou metálico), coberto com capa de papel de espessura variada. Em ciência da informação, um livro é chamado monografia, para distingui-lo de outros tipos de publicação, como jornais, revistas, periódicos, teses etc.
Algumas obras foram tão importantes em seu tempo que marcaram época, afetaram inegavelmente nossa História e a formação do pensamento humano. Este Guia Prático o conduzirá passo a passo no caminho para a publicação de seus livros, permitindo-lhe interferir positivamente na sociedade, deixando sua marca para a posteridade.

Sobre o Autor
Prof. Rodrigo De Bona é discípulo do Educador DeRose, Vice Presidente da Federação do Método DeRose de Santa Catarina e Presidente da Associação dos Profissionais do Método no Kobrasol.
Professor há 10 anos, formado pela Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC (2000), UniCruz/RS (2001), Universidade Anhembi-Morumbi/SP (2002), Faculdade Estácio de Sá/SC (2002, 2003, 2004 e 2005), Universidad Tecnológica Nacional (Argentina - 2004) e Faculdade de Ciências Sociais de Florianópolis/SC - CESUSC (2006, 2007, 2008, 2009 e 2010).
Autor dos livros A Parábola do Croissant e Quadros Sinóticos do Yôga Antigo, recebeu o prêmio Leão de Ouro na categoria Publicação de Livros, no Encontro Internacional de Instrutores do Método DeRose realizado em Curitiba em 2009.


Tudo gira no pesar do pensar


A velocidade do corpo
Não é capaz de acompanhar
A velocidade da mente.
E esta não consegue superar
A velocidade da alma.

Quando o corpo sofre,
Quando é a mente instável,
Quando a alma está doente,
Tudo parece girar.
Tudo fica devagar.
Tudo soa com pesar.
Na tristeza do pensar.

E o sofrimento é um.
Como o é corpo, mente e alma.

(Rodrigo De Bona - 30/08/2005)

14 de janeiro de 2011

Campanha de ajuda às vítimas das enchentes no Rio

Queridos amigos.

Nossa Escola está iniciando uma mobilização junto à Federação do Método DeRose em Santa Catarina para ajudar as vítimas da tragédia do Rio, e gostaria de disseminar essa campanha por toda a Rede.

Se cada Escola ajudar, seremos um exército em prol dessas pessoas tão necessitadas nesse momento terrível de perda de todos os bens materiais, mas principalmente de muitos familiares.

Envio abaixo o artigo escrito pela Instrutora Mila Bocchese, da Unidade Kobrasol, chamando a todos para mais esta ação efetiva.

Um forte abraço.

DeBona

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Queridos amigos e colegas.

Não gostaríamos de estar enviando este e-mail logo no início de um novo ano, mas infelizmente a situação pede que nós, Instrutores e alunos do Método DeRose, descruzemos os braços e façamos algo para ajudar as vítimas da tragédia do Rio de Janeiro neste momento tão sofrido.

Não só por perdas materiais, mas principalmente pela quantidade imensa de parentes, amigos, conhecidos e vizinhos que todos perderam nesta tragédia que chegou de surpresa na escuridão da noite carioca.

Recentemente nosso Estado também foi assolado por um cataclismo similar e recebemos muita ajuda de todo o País. Agora é nossa vez de contribuir. Sozinhos não somos ninguém , mas juntos podemos ajudar muitas pessoas.

Leve até a Unidade do Método DeRose mais próxima alimentos não perecíveis, água potável, material de limpeza, higiene pessoal e roupas, para que possamos enviar para o Rio e ajudar nossos irmãos que passam por necessidades.

Vamos agir rápido, no Ritmo DeRose, para que essas pessoas voltem a sorrir o mais breve possível, apesar das perdas irreparáveis.

Se quiser algo que lhe faça mover-se mais rápido para ajudar, entre neste link:
http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/fotos/2011/01/veja-fotos-dos-estragos-causados-pela-chuva-no-rj.html

Um grande beijo.

Intrª. Mila Bocchese
http://www.metododerosekobrasol.org/
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Blog do DeRose (quinta-feira, 13 de janeiro de 2011)

Matenha-se alerta para apoiar as medidas de atendimento às vítimas das enchentes  e dos deslisamentos de terra ocorridos na Região Serrana do Rio de Janeiro (Petrópolis, Teresópolis, Itaipava). Neste momento, os hospitais da região precisam de doadores de sangue e estarão atendendo inclusive sábado e domingo. Mesmo que você more noutra região do estado do Rio, doe sangue.

Fique atento também para quando a Defesa Civil começar a arrecadar alimentos, água e remédios. Cuidado com os aproveitadores: encaminhe suas doações diretamente para a Defesa Civil.

13 de janeiro de 2011

Antes... nada mais.

Antes...
 
Devoção.
Dedicação.
Desajuste.
Decepção.
Desamparo.
Desperdício.
 
Desvairar.
Despedir.
Desvelar.
Desfazer.
 
Despido.
Despoluído.
Deposto.
Deportado.
 
Destemido.
Derrotado.
Decidido.
Desmentido.
Devorado.
Desalmado.
 
Depois...

Nada mais.
Nada sois.
 
(Rodrigo De Bona - 30/08/2005)

11 de janeiro de 2011

Vegetarianismo de alto nível

(Por Alex Atala, o mais conceituado chef brasileiro, proprietário do Restaurante D.O.M. em São Paulo.)

"Tenho especial fascínio por esta parte da cozinha. O poder do movimento hippie, nos anos 70, influenciado por culturas ancestrais como a indiana, impregnou a cozinha vegetariana. Por causa da influência dos hippies, ela é vista até hoje, no mundo ocidental, como uma coisa de gueto, de bicho grilo. Mais um equívoco do mundo gastronômico.

Um dos momentos apoteóticos da cozinha, o macarrão com molho de tomate, é um prato 100 por cento vegetariano. Há muitas possibilidades de se fazer uma refeição rica, gostosa e criativa sem o uso de proteína animal. Berinjelas, cogumelos, alcachofras, aspargos, entre muitos outros, tem sabores fortes. As alcachofras e os aspargos são vistos com reserva pelos amantes do vinho: de tão fortes de sabor, podem cobrir notas da bebida.

Arrisco até a dizer que eu poderia abrir um restaurante no qual a falta de carne não faria a menor diferença. Pensando em algas, tomates, tubérculos, verduras, em fim, uma série de ingredientes de cozinha que não incluem carne, é possível montar uma refeição incrível.

É importante frisar que todas as cozinhas incluem pratos vegetarianos e que a carne não faz falta nenhuma em uma refeição. Se pararmos para pensar, poderíamos reduzir bastante a quantidade de carnes que ingerimos. Ela não tem essa importância crucial na nossa alimentação. Não mesmo! É possível viver muito bem com uma cozinha vegetariana, e é possível chegar a notas contundentes só pensando em castanhas, queijos e todos os outros ingredientes desse universo.

A cozinha vegetariana deve ser reinterpretada. Há um espaço para isso na gastronomia atual."

(Extraído do livro Escoffianas brasileiras, pag. 86.)

Toque do Rô: o problema é o rótulo, não o conteúdo. A palavra "vegetariano" por si só já leva o leitor - ou degustador - para um segmento cultural indesejável e inverídico. Pode ser um prato feito em casa ou no melhor restaurante de São Paulo: se usar o rótulo... já estraga o sabor! Por isso, é melhor apenas dizer "sem carnes, de nenhum tipo".

10 de janeiro de 2011

Mudrá: gesto de poder ancestral


O termo mudrá, em sânscrito, significa "gesto", "selo", "senha". Como 1º. anga do ády ashtánga sádhana (a prática básica do nosso Método, dividida em oito feixes de técnicas), mudrá significa "gesto reflexológico, simbólico e magnético feito com as mãos".

Entretanto, os mudrás podem e devem ser usados em todos os angas, não apenas nesta primeira parte da aula, pois potencializam o efeito de todas as demais técnicas, sendo assim fundamentais na aplicação prática do Fator Associativo, que faz parte da regra geral de segurança codificada pelo Educador DeRose.

Mudrá é a linguagem gestual. Alguns tipos de Yôga admitem mudrás feitos com o corpo. O Swásthya não os admite, dada a tradução do vocábulo e uma vez que as técnicas corporais possuem outro nome: ásana. Os mudrás têm sua origem na ancestral tradição tantrika, e tanto o Yôga quanto a dança clássica hindu, o Bhárata Natya, deles se utilizam.

Os mudrás são usados no Yôga como chaves, selos ou senhas, para permitir o acesso a determinados setores do inconsciente coletivo (espaço sutil onde estão armazenados todos os conhecimentos e feitos da Humanidade desde seus primórdios). Em nosso organismo, eles atuam por associação neurológica e condicionamento reflexológico: através de um gesto, podemos interferir em nossos condicionamentos – tendências subconscientes (samskára e vasaná) – e acessar nosso inconsciente e o inconsciente coletivo, alterando estados de consciência.

Por isso, são definidos como reflexológicos, por desencadear uma sucessão de estados de consciência e mesmo de estados fisiológicos associados aos primeiros. Como exemplos desses, pode-se citar o Shiva mudrá, que proporciona um estado de receptividade, e o prônam mudrá, que desencadeia um estado de Yôga no sádhaka.

Já os gestos magnéticos atuam da seguinte forma: o corpo humano, como qualquer porção de matéria orgânica, possui magnetismo e polaridades. Energias (o prána e suas diferentes formas) fluem em quantidades e qualidades distintas por todo o organismo. Em suas extremidades – as mãos, modificando-se a disposição e a combinação dos dedos, diferentes reações eletromagnéticas se manifestam. São usados principalmente no pránáyáma, a fim de fechar circuitos eletromagnéticos de bioenergia, evitando a dispersão ou perda do prána, dirigindo-o e manipulando-o de acordo com a técnica que estiver sendo feita. Exemplos: o jñána mudrá e o átman mudrá, para pránáyáma, e o prônam mudrá, que durante o mantra fecha um circuito, fazendo circular energia por todo o corpo recarregando-o.

Os simbólicos, como o próprio nome já diz, simbolizam algum objeto: animais, flores, sol, lua etc. Estes gestos provêm do tempo em que o ser humano tinha muito mais contato com a natureza e a representava no dia-a-dia por meio da movimentação das mãos, ainda nos primórdios da criação do Proto-Yôga. Dentre os 108 mudrás sistematizados por DeRose, a maioria são gestos puramente simbólicos, portanto sem atuação reflexológica ou magnética, como o matsya mudrá, o mrigasírsha mudrá e o ardha súrya mudrá, dentre muitos outros.

Porém, muitos dos mudrás simbólicos são também reflexológicos, pois são gestos arquetípicos já impregnados no registro akáshico, como por exemplo o nandi mudrá, o Shiva linga mudrá e o áváhita mudrá. Há também aqueles simbólicos e magnéticos, pois, além de representar um objeto, ainda atuam na potencialização das polaridades orgânicas, como o próprio prônam mudrá, que fecha um circuito durante o mantra e também simboliza um cumprimento formal entre os praticantes.

Existem ainda duas categorias de mudrá: samyukta hasta mudrá, quando feito com as duas mãos, unidades ou separadas, e asamyukta hasta mudrá, feito com uma mão só.

Observações importantes:
1) Mudrá é muito mais a vivência profundamente concentrada e receptiva do gesto, com intenso bháva, e não apenas a colocação das mãos em uma posição, sem vivenciá-la.
2) Se os mudrás são uma tradição tantrika, o praticante de Swásthya – um Yôga de raízes tântricas – deve cultivá-los com sensibilidade e dedicação, cravejando-os em sua prática diária e, com muito mais empenho, em seu treinamento de coreografia.

Aproveite os mudrás e expanda sua consciência até as extremidades das mãos. É uma experiência fantástica! Depois, o corpo já não será mais o seu limite...
    (Texto adaptado do livro Tratado de Yôga, DeRose, Ed. Nobel)

    8 de janeiro de 2011

    Poesias ao vento...

    I. DA OBSERVAÇÃO

    Não te irrites, por mais que te fizerem...
    Estuda, a frio, o coração alheio.
    Farás, assim, do mal que eles te querem,
    Teu mais amável e sutil recreio...

    II. DO ESTILO

    Fere de leve a frase... E esquece... Nada
    Convém que se repita...
    Só em linguagem amorosa agrada
    A mesma coisa cem mil vezes dita.

    III. DA PREOCUPAÇÃO DE ESCREVER

    Escrever... Mas por quê? Por vaidade, está visto...
    Pura vaidade, escrever!
    Pegar da pena... Olhai que graça terá isto,
    Se já se sabe tudo o que se vai dizer!...

    IV. DAS BELAS FRASES

    Frases felizes... Frases encantadas...
    Ó festa dos ouvidos!
    Sempre há tolices muito bem ornadas...
    Como há pacovios bem vestidos.

    V. DAS UTOPIAS

    Se as coisas são inatingíveis.., ora!
    Não é motivo para não querê-las...
    Que tristes os caminhos, se não fora
    A mágica presença das estrelas!

    VI. DO MAU ESTILO

    Todo o bem, todo o mal que eles te dizem, nada
    Seria, se soubessem expressá-lo...
    O ataque de uma borboleta agrada
    Mais que todos os beijos de um cavalo.

    [Mario Quintana; Espelho Mágico, 1945]


    Comentários sobre os kirtans do SwáSthya

    Tenho muito orgulho em poder dizer que o Método que pratico e ensino é a sistematização do Yôga Antigo, o qual, por sua vez, segue a corrente comportamental matriarcal, sensorial e desrepressora Dakshinacharatántrika e o sistema teórico naturalista Niríshwarasámkhya. Pois bem, a maioria dos kirtans do SwáSthya, intuídos por DeRose em um de seus muitos momento de inspiração, tem nítida tendência dessa linhagem Tantra-Sámkhya, evidenciando tais raízes filosóficas ancestrais. Vejamos esse aspecto sobre dois importantes kirtan do SwáSthya.
    O kirtan Jaya Rámakrishnaya faz alusão a um conceituado Mestre de Yôga de linha Dakshinacharatántrika-Vêdánta, nascido no dia 18 de fevereiro de 1836 e falecido em 1886, considerado a encarnação de Krishna e de Ráma. Apesar de analfabeto, teve muita relevância no ensinamento do Yôga e do Hinduísmo em todo o mundo (Léxico de Yôga Antigo, Lucila Silva, Ed. Uni-Yôga, 2007). Conta-se que, quando os discípulos do iluminado Rámakrishna pediam-lhe para explicar o que era o samádhi, o Mestre simplesmente entrava em samádhi. Comparava a mente humana com um inquieto macaco, que tivesse tomado álcool, tivesse sido picado por um escorpião e, ainda por cima, se lhe tivesse ateado fogo ao pelo!
    O mantra ÔM namah kundaliní representa uma saudação à energia ígnea cujo despertamento é imprescindível para o atingimento da meta do Yôga. Os Yôgas tântricos utilizam ativamente essa energia e buscam despertá-la sem medo, culpa ou repressão, e a raiz Sámkhya faz compreender ser esta uma etapa natural do processo evolutivo na senda.
    Já o kirtan ÔM Shiva, ÔM Shaktí é uma clara homenagem aos dois primeiros tattwas (princípios) do Tantra, cujo estudo mais profundo pode ser obtido no livro Yôga Sámkhya e Tantra (Sérgio Santos, Ed. Uni-Yôga). Além disso, sua vocalização se dá de forma repetida, normalmente alternando-se quem vocaliza: ÔM Shiva vocalizado pelas mulheres e ÔM Shaktí pelos homens. Assim, pela sua repetição, seus efeitos são potencializados, produzindo ainda nyása com as propriedades inerentes a esses princípios tântricos fundamentais.
    Já os kirtans Bhávajánandaji, Jaya jaya guru Dê jaya e Pátañjali ÔM namah guruji representam uma homenagem a três Mestres de grande importância no SwáSthya:
    ·    Pátañjali, cuja sistematização do Yôga Clássico permitiu que o Yôga fosse reconhecido como um Dárshana do Hinduísmo, fazendo com que essa filosofia não desaparecesse por completo, e chegasse até nossos dias, ainda que deturpada pela ação da linha do tempo;
    ·    DeRose, o sistematizador do Yôga Antigo, que resgatou no século XX essa estrutura desaparecida há milhares de anos, em um verdadeiro trabalho de arqueologia filosófica e cultural. Por seu trabalho incansável em prol do Yôga, é considerado o mais importante Mestre dessa filosofia na atualidade, com uma vasta obra publicada e milhares de discípulos atuantes em todo o mundo; e
    ·    Bhávajánanda, considerado o patrono da linhagem nobre do Yôga Tantra-Sámkhya. Através de samyama em seu nome e forma (nama-rupa), DeRose estruturou a sistematização do Yôga Antigo. Como ele mesmo relata: “Quem é Bhávajánanda? É meu Mestre, quer tenha vivido, quer não, pois foi através dele, ou seja, da motivação do seu retrato, que consegui me concentrar o bastante para ir ao fundo do inconsciente, resgatar conhecimentos ancestrais que são patrimônio da humanidade.” (Quando é preciso ser forte, DeRose, Ed. Nobel)
    Por fim, o mantra ÔM namah prêma dêva guruji nos alude à importância da figura do Mestre no ensinamento do Yôga e na influência comportamental sobre a vida do discípulo, reforçando a tradição do parampará, tão valorizada no Yôga Antigo, no qual a transmissão do conhecimento se dava exclusivamente de forma oral, no período proto-histórico, em que ainda não havia a escrita.

    (trecho elaborado pelo Prof. Rodrigo De Bona, publicado no livro
    O Poder do Mantra, dos Instrutores Ricardo Melo e Caio Melo)


    3 de janeiro de 2011

    Não se acostume com o que não o faz feliz

    Não se acostume com o que não o faz feliz, revolte-se quando julgar necessário.
    Alague seu coração de esperanças, mas não deixe que ele se afogue nelas.
    Se achar que precisa voltar, volte!
    Se perceber que precisa seguir, siga!
    Se estiver tudo errado, comece novamente.
    Se estiver tudo certo, continue.
    Se sentir saudades, mate-a.
    Se perder um amor, não se perca!
    Se o achar, segure-o!
    Fernando Pessoa

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